sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Iremos fugir juntos?

Já fazia trinta minutos que ela tinha se sentado ali, havia pego um ônibus lotado, com uma mochila nas costas levando tudo que uma garota levaria se pretendesse nunca mais voltar em casa, com a exceção da saudade.
Ela sabia ler relógios de ponteiro. Teve de aprender quando escolheu ser independente, não é mesmo? A verdade é que mesmo sabendo, ela lia e relia nunca acreditando nela mesma. Ou talvez no erro de outro.
Ela tirou um bilhete amassado do bolso que confirmava "Sexta-Feira, 3 horas" e o nome da rua. Ela olhou pra o pulso mais uma vez, olhou pro horizonte vazio, ele não estava lá, e olhar seguidamente para o relógio não traria ele para seu lado.
Ela o procurava - e talvez até achasse - um pouco dele em todos os rostos, qualquer um poderia ser o dele. Ela nunca tinha o visto, não sabia o seu nome, o seu cheiro, a cor de seus olhos e muito menos o seu signo. Mas ela sabia: Ele era ela; ela era ele.
Então profetizou: Iremos fugir juntos.

6 comentários:

  1. Ela, ela, ela, ela, ela... Ela.
    Ela era ele.

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  2. Já li mais de uma vez esse texto e mesmo assim ainda fico emocionada. MUITO BOM

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  3. você é muito criativa. adorei como descreveu a cena. curti mesmo!

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  4. adorei! me identifiquei com o blog desde a descrição. estou seguindo. liquidlucky.blogspot.com :)) vê, por favor?

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  5. Você é incrível!

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