domingo, 22 de agosto de 2010

Sorvete de Banana

Não é tão fácil como discutir ou aplicar suas opiniões em uma discussão. Aprendi com o tempo, um ótimo professor aliás, que se precisa olhar bem fundo dos olhos de quem precisa ser convencido e colocar as palavras mais fortes em seu ponto mais fraco. E eu já fiz isso muito, convenci muito, prometi muito. Mas, até então, não sabia que tinha falado demais. Nas minhas regras primordiais, de uma pessoa que tem a lua em virgem, jurei que nunca prometeria o que não poderia cumprir e que nunca transformaria minhas vitórias em brigas, em manipulação. Sempre achei que deveria ser coerente com o fazer e o falar.
E desde que me entendo por gente, fui. - Eu me entendo por gente?
Quando eu era criança, das bem pequenas e rechonchudas eu pedi a meus avôs uma máquina de fazer sorvete de uma apresentadora de televisão, que posteriormente considerei idiota. Era cara demais, eu chorei, eles me deram. Perguntaram-me antes se eu sabia fazer o sorvete, se eu sabia montar, se eu queria mesmo e se eu ia mesmo usar. E eu ia, eu tinha plena certeza que eu sabia como agir, que eu sabia como montar, que eu ia tomar muitos sorvetes feitos por mim mesma. Era tudo que eu sempre desejei, mesmo sabendo que não foi de sempre.
Quando ela chegou, a caixa era do meu tamanho. Abri-a e me deparei com milhares de peças pra montar que eu não sabia onde encaixar, nem a metade delas. Com todo meu ego e dificuldades de admitir: pedi ajuda. E apareceram várias, milhares de pessoas que achavam tão fácil montar uma máquina e sorvete infantil! Talvez, eu até mesmo ajudasse, se não fosse minhas próprias dificuldades.
Montamos.
Eu sempre achei que esta experiência de vida, se tratava de um exemplo claro de ter compra consciente, ou de não ser pré-conceituoso ou de sempre ter um guia de mecânica debaixo dos braços. E é, mas só hoje, talvez uns 8 anos depois, eu percebi que se trata do seguinte aprendizado:
-Cuidado com o que você deseja.
Você já deve ter visto isso na sessão da tarde, junto com as pombas brancas, rosas vermelhas e correntes quebradas em mãos negras. É clichê pra mim.

O problema de procurar nos olhos dos que precisam ser convencidos, é que eu preciso ser convencida. Por mim mesma que posso aprender a usar essa máquina de sorvete. Que posso aprender como se monta, sem nem precisar achar algo demais ou de estranho nisso. Eu dizia o tempo todo que sabia o que teria de fazer, eu já disse isso pra você. Não adianta achar meu ponto franco, não tenho palavras fortes para quebrá-lo. Esse é um trabalho que tem que ser seu.

Hoje, sinto desejo de tomar sorvete. Sorvete de banana.

2 comentários:

  1. Ei anônima deste domingo, saiba que você também melhorou mais que uns 5 minutos do meu dias com seus comentários. E que, deixar de escrever não está nas minhas possibilidades (:

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  2. hahahah, nesse fim-de-semana te pago um grande e calórico sorvete de banana:P -Liiz f.

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