Me olho no espelho mais uma vez enquanto planejo minha fulga, minha rebeldia. Enchergo nos meus olhos as ideias, as palavras que vão falando e saindo da minha lingua sem permissão. Palavras sujas e enferrujadas, dores de almas.
Tento pegá-las com as mãos, mas elas saiem pulando e voando, escorregadias. E dissolviam como flocos de neve quando tocava com meus dedos finos.
Segurava minha cabeça e tentava travar minha lingua com a roupa ruida do rei de roma. Não, não foi o suficiente elas continuavam a sair erradas e incompletas. Batendo em um dos meus reflexos.
- Você busca sua aprovação na desaprovação dos outros.
é o que me dizem e percebo, então, que é verdade. Não só busco meus valores nas desaprovações alheias como o contrário, me faz soltar soluços de palavras incompletas. Me quebra, me despedaça. Preciso mesmo aprender a receber elogios. Sempre que recebo olhares sorridentes ou palpinhas de aprovação, só consigo sorrir amareladamente, com um sorriso cheirando a papinha de bebê, tremido e bobo. Sempre tento segurar meu lado rigido e insensivel, juntamente com as palavras que não podem ser ditas. Logo, deixo minha mascara cair diante dos meus olhos e como mosaico ela permanece quebrada no chão.
Viro então uma carne crua, rosa e sem sal, envergonhada e sem graça.
é, talvez, não seja tão parecida com ele quanto pensava.
quinta-feira, 18 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente. comente, comente, comente !